POLICIAIS MILITARES DE RORAIMA COMEMORAM ANISTIA.

17/01/2010 19:42

Comemoração na Praça do Centro Cívico em comemoração a Anistia assinada ontem pelo Presidente Lula

Uma grande comemoração de policiais e bombeiros militares marcou ontem, na praça do Centro Cívico, a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei de autoria do senador Garibaldi Filho (PMDB), que concede anistia aos policiais militares punidos pela participação em movimentos grevistas em todo o país.

Os policiais saíram em carreata pela cidade e soltaram fogos de artifício em frente ao Palácio Senador Hélio Campos.

“Essa anistia veio pacificar o litígio com o Estado, que foi omisso em atender nossas reivindicações e considerou-as como crimes ou transgressões. Isso vai colocar uma pedra no passado”, disse Junot Brito, vice-presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares (APBM).

Em Roraima, pelo menos 350 policiais e bombeiros que participaram da greve de 2009 foram excluídos da corporação ou ainda enfrentam processo de expulsão.

Com a anistia, os policiais serão reincorporados e receberão de forma retroativa todos os salários que não foram pagos enquanto estavam fora da polícia. Além disso, todos os processos administrativos contra os grevistas serão extintos.

A anistia envolve cerca de cinco mil policiais e bombeiros de Roraima, Bahia, Tocantins, Pernambuco, Mato Grosso, Ceará, Rio Grande do Norte e de Santa Catarina, além de integrantes das corporações do Distrito Federal.

A informação foi repassada pelo diretor e presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares (ASPBM), Francisco Sampaio, que afirmou que a lei “faz justiça aos policiais que estavam apenas lutando pelos seus direitos, reivindicando melhorias salariais e condições mais adequadas de trabalho”.

“Estávamos acampados no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde o presidente Lula está instalado provisoriamente, para pressionar pela sanção desse projeto. A luta foi grande, porque as forças contrárias queriam que a matéria fosse vetada. Mas prevaleceu a democracia”, declarou.

Em Roraima, os militares indiciados no Inquérito Policial Militar (IPM) respondem a crimes como motim, revolta e desobediência. Após a anistia sancionada, esses processos serão arquivados.

Segundo Sampaio, o movimento, realizado no período de 30 de março a 22 de abril, foi para cobrar das autoridades responsáveis um acordo prometido e não cumprido. “Nunca realizamos nenhum movimento contra a disciplina ou a hierarquia dentro da instituição. Nosso objetivo foi chamar a atenção do governo, que não cumpriu o que deveria ter cumprido”.

Segundo o comando da Polícia Militar, existem quatro inquéritos, sendo indiciados aproximadamente 350 policiais e bombeiros, além de vários familiares. Destes servidores, 28 militares foram indicados para responder PAD visando à demissão sumária.

OUTRO LADO - O comando da Polícia Militar foi procurado pela Folha para se manifestar sobre a anistia, mas o comandante Gerson Chagas não estava no local e seu telefone celular estava desligado. O coronel Vitória, vice-comandante, mandou informar ao jornal que a PM não ia se pronunciar sobre o assunto.

O coronel Paulo Sérgio, comandante do Corpo de Bombeiros, também foi procurado para falar sobre o assunto, mas preferiu não se manifestar sobre a decisão de Lula de conceder anistia a militares.

Fonte: FOLHA BV