Deputado taxa prisão do sargento como perseguição e ditadura, e diz que o governo não será sensível
"Governo quer esfacelar os militares", diz Venâncio (foto: Alese)
A prisão do sargento Vieira, decreta, segundo o comandante da Polícia Militar, coronel Pedroso, em virtude das manifestações contrárias a ordem determinada para a corporação, foi recriminada, na manhã de hoje, dia 10, pelo líder da oposição Venâncio Fonseca (PP). "Prender um policial como um bandido, só porque ele falava contra as irregularidades que não concordava? Só porque se manifestou contra o governo? Isso é coisa de tempo da ditadura", criticou o deputado, que chegou a aconselhar o sargento Vieira de desistir da sua promessa de greve de fome durante os dias em que estiver detido. Para Venâncio, é mais fácil o governo deixá-lo morrer de fome, do que reverter a situação.
Com prisão decretada, Vieira lembra que chorou quando Déda foi eleito
"O governo está perseguindo os militares. Cadê a liberdade de expressão? Sergipe está vivendo uma plena ditadura. Por isso eu peço ao sargento que mude de ideia quanto à greve de fome, porque ele vai morrer. Esse governo não tem sensibilidade, deixa morrer. O símbolo é um coração, mas o governo não tem coração", julgou Venâncio.
O deputado acredita que a determinação do comandante, coronel Pedroso, contra Vieira partiu, no mínimo indiretamente, do governador Marcelo Déda. "O comandante é subordinado do governador. Então se ele tomou essa atitude e o governador não questionou, é porque ele concorda. Logo Déda, que no governo Albano Franco foi ao Quartel discursar para os militares que estavam aquartelados. E se não foi Déda diretamente que deu a ordem, para calar agora os militares, então o comandante está fazendo isso pra que, para agradar o governador?", indagou Venâncio.
Para ele, "o governo quer esfacelar os militares" e Pedroso está cumprindo está ordem. "Se não é isso, porque não fizeram isso antes de dar o aumento? Depois que usufruíram do suor de Vieira, Samuel, Edgar e Péricles, na Mesa de Negociação que beneficiou até o comandante, fazem isso? Todos receberam o aumento as custas deles. Agora vão me prender também, porque eu estou falando contra o comando da Polícia?", provocou Venâncio.
O coronel Pedroso discordou dos comentários do deputado Venâncio, mas preferiu não debater no mesmo tom. "Respeito o deputado Venâncio, mas não concordo com ele. Só quero frisar que o deputado pode falar o que quiser ao meu respeito, eu só não permito que um subalterno meu se posicione contra mim", taxou o comandante, que garantiu que o governador não tem para ordem contra Vieira partiu ordens partiram dele e não do governador.
Pedroso declarou que o sargento Vieira está sendo punido por ter chegado ao ponto de dizer à imprensa que o coronel Pedroso não tinha condições de ser comandante. "Tomamos essa atitude porque preservamos o compromisso com a ordem na Polícia Militar, com a hierarquia. Se não tomássemos, daqui a pouco, o comando todo poderia se manifestar da mesma forma. Seria uma desordem. E o sargento Vieira, como sabedor das normas militares, sabia que isso podia acontecer. Então, tomamos essa atitude, e não vamos mudá-la", radicalizou o comandante.
Fonte: Universo Político (Por Raissa Cruz, com informações do Liberdade Sem Censura)
