INFORMAÇÃO ERRADA TERIA SIDO A CAUSA DA DEMORA DO SAMU AO LOCAL DO ATENTADO.
21/08/2010 21:01
Quanto à deficiência no número de viaturas, a presidente do Sindicato dos Servidores do Samu disse que “ontem [quinta-feira, 19] tinha apenas três viaturas de suporte básico e duas de suporte avançado, para atender Aracaju inteira. Se acontecer alguma ocorrência enquanto as unidades já tiverem atendendo outras é preciso esperar pela que desocupar primeiro. Isso pode levar de 40 minutos até uma hora”, lamenta a sindicalista.
“O que a gente conseguiu apurar é que no momento em que aconteceu o atentado contra o desembargador, houve um problema de comunicação. Quando ligaram para o Samu a telefonista entendeu que teria sido uma ocorrência na Av. Desembargador Maynard. Uma unidade avançada foi deslocada, rodou toda a avenida e não encontrou, retornando para a base do Samu”. A informação foi prestada na noite desta sexta-feira, 20, pela presidente do Sindicato dos Servidores do Samu, Samanta Bicudo. A coordenadora do Samu municipal, Vaneska Barboza não confirmou a informação.
Segundo Samanta Bicudo, por conta da falta de comunicação, “a viatura percorreu toda a avenida Desembargador Maynard, foi até a Universidade Federal de Sergipe, retornou por toda a avenida Desembargador Maynard e como não encontrou nada retornou para a base. Foi quando disseram que era um atentado contra o desembargador na Avenida Beira Mar, mas que tinham enviado uma unidade básica mesmo, já que não tinha outra avançada no momento. E como estava sem o sinal sonoro, não pôde escapar do congestionamento”, relata.
Sucateadas
A servidora do Samu garante que o problema das ambulâncias sucateadas é crônico. “Isso eu lhe afirmo de certeza que é uma coisa crônica há muito tempo e vem se agravando de uns seis meses pra cá. Todos os dias os profissionais trabalham com apenas duas viaturas de suporte básico para Aracaju toda e duas de UTI. Muitas vezes, as viaturas quebram no meio do caminho e a ocorrência tem que ser interrompida até que uma outra viatura desocupe”, enfatiza.
Ligações
Ela disse ainda que no caso do atentado ao desembargador Luiz Mendonça, em que o motorista Jailton Pereira ficou agonizando no asfalto da Av. Beira Mar, existe ainda a informação de que muita gente ficou ligando para o Samu para dizer que tinha um aglomerado de pessoas no local.
“A informação é de que as pessoas não ligaram do local, elas viram a aglomeração e passaram. E quando o Samu é acionado, uma das prerrogativas é de que esteja uma pessoa no local para passar informações mais precisas ao médico para que ele possa definir que tipo de ambulância será deslocada”, explica.
Sem preparo
Samanta Bicudo destacou também a falta de preparo das pessoas que recebem as ligações. “São pessoas despreparadas, que são contratadas por meio de uma empresa de serviços gerais. É como se fosse um serviço de telemarketing. Como não são capacitadas, acabam gerando confusão como aconteceu no dia atentado em que a ocorrência era na Av. Beira Mar e disseram ser na Av. Desembargador Maynard”, afirma.
Contraponto
A coordenadora do Samu Municipal, Waneska Barboza explicou que a falta de comunicação não aconteceu. “O que ocorreu foi que ligaram e informaram apenas do tumulto na Avenida Beira Mar. Somente às 9h03 é que uma senhora, identificada por Maria disse que tinha sido arma de fogo. Foi quando a viatura se deslocou e chegou ao local após 17 minutos, tendo sido informada que a vítima já tinha sido levada. Não aconteceu isso de a ambulância ir primeiro para a av. desembargador Maynard”, garante.
Quanto a questão de as ambulâncias estarem sucateadas, Waneska disse que “o que vem acontecendo é que nós hoje temos habilitadas pelo Ministério da Saúde, seis Unidades de Saúde Básica (USB) e a demanda é muito grande. São 30 mil ligações por mês. O número de chamados é muito grande: um mil por dia e a ampliação da quantidade de ambulâncias não depende apenas do município, mas do Ministério da Saúde”, entende a coordenadora do Samu Aracaju.
Sobre os veículos danificados, Wanesca Barbosa disse que “elas rodam demais e estão sempre precisando de manutenção. Com isso, nos dias em que estão no conserto, o número de carros na rua fica reduzido. A gente precisa na verdade é expandir os serviços oferecidos pelo Samu à sociedade e estamos trabalhando pra isso”, enfatiza.
Fonte: Infonet (Aldaci de Souza

