O ex-comandante da policia militar de Sergipe, coronel José Péricles Menezes de Oliveira, recebeu nesta quinta-feira (16), a decisão da justiça que o inocentou do episódio em que foi acusado pelo empresário Paulo Cézar, de ter invadido sua residencia, em setembro de 2008. Logo após ser acusado, Péricles perdeu o comando da PM, sem ter como se defender.
À época, foi aberto um Inquérito Policial Militar (IPM), que se alongou por dois anos, mesmo sendo apurado pelo coronel responsável pelo IMP, ter declarado a inocência do comandante, já que o comandante que o sucedeu, o também coronel Magno, discordou.
Após a decisão do comando, o inquérito foi encaminhado à justiça militar que após dois anos, decidiu pelo arquivamento do processo, por falta de provas.
Na manha desta sexta-feira (17), coronel Péricles concedeu entrevista ao radialista George Magalhães, no programa Liberdade sem Censura e, em tom de desabafo, disse que a imprensa, em especial uma emissora de rádio “achincalhou o cidadão José Péricles”. O coronel chegou inclusive a ler algumas manchetes que foram divulgadas a época.
“Eu nunca fui um homem desequilibrado. Sempre preguei a justiça e a moralidade e sempre pautei pelo bom comportamento do policial militar, afinal eu comecei como soldado e recebi todas as honras possíveis e concedidas pela minha policia. Eu sou concursado. Mas ai com a imprensa, em especial uma emissora de rádio, promoveu o achincalhamento do cidadão José Péricles, prejudicando minha família. Minha mulher sofreu muito. Minha filha teve que mudar de colégio. Alem disso, eu fui obrigado a me mudar do Santos Dumont, onde tínhamos a nossa casa. Eu já estava abalado com tanta pressão. Era dia e noite as pessoas em minha casa, querendo informações sobre o episodio”, disse Péricles em desabafo.
Péricles, de modo equilibrado, em nenhum momento questionou a sua saída do comando. Para ele, o importante é ser policia. “Eu estive comandante por duas vezes e minha história acabou como eu sendo como psicopata”, explicou ele, afirmando que tudo não passou de uma “construção maldosa”. “Tudo não passou de uma armação maldosa e a prova disso é que o senhor Paulo Cézar não tem comparecido nas audiências, porem há uma ação sendo julgada na sexta vara criminal e outra na 10ª vara civil”, explicou ele.
Para o ex-comandante, o cidadão José Pericles foi ferido em sua cidadania, “já que não tive a menor chance de defesa”, desabafou.
Retorno – Após a decisão da justiça, e durante a entrevista concedida pelo coronel, o gestor da Caixa Beneficente, Sargento Jorge Vieira, fez um questionamento que pode criar corpo e dar um novo rumo ao comando da PM. Para Vieira, seria justo que o coronel José Péricles fosse reconduzido ao cargo de comandante, pois segundo ele, “o coronel Péricles é um comandante da tropa que defende o interesse da policia”, disse.
Outros PMs que também participaram da entrevista, para se solidarizar com Péricles, se posicionaram favorável à idéia de Vieira, o que pode criar uma corrente em prol da volta do ex-comandante.
Fonte: Faxaju (Munir Darrage)
